quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Reflexo da atualidade, alimento ao futuro.


Com a queda dos regimes totalitários nos últimos meses, movimento conhecido como Primavera Árabe, através difusão de imagem e vídeos pelos meios midiáticos, a comparação com o que é evidenciado por George Orwell em seu livro 1987, é inevitável.
O controle do estado sobre o homem visto no romance, onde o individuo é apenas uma célula no conglomerado que forma a estrutura da nação, sendo meramente descartável e assim tratado sem a mínima consideração, ou seja, algo substituível no meio.
Nos regimes totalitários que declinaram nos últimos meses, como no Egito e Líbia no norte africano, a situação dos cidadões era idêntica à destacada no romance. O povo não possuía nenhum direito e deveriam corresponder as ordens dos ditadores com o perigo de morte se negassem-as.
Outro fator observado no romance e visto no mundo atual nos regimes ditatoriais é o controle midiático. George Orwell enaltece o bem do partido único -Socing- onde quem controla o passado, controla o futuro e quem controla o presente controla o passado, logo subjulgando a mídia ao papel de exaltar o governo apenas, fato ocorrido nestes regimes.
A sociedade proposta por Orwell é um reflexo de muitos regimes de governo existentes no mundo atual. No futuro será usado como parâmetro histórico, mas também poderá alimentar o desejo de mudanças nas classes desfavorecidas, influenciando-os para a necessidade de revoluções visando à conquista de seus direitos básicos.

Lucas Zoca - 3° T

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Perigoso efeito de decisão


Com a legalização do aborto de anencéfalos pelo Supremo Tribunal Federal, o Brasil encara a polêmica com distinções ferrenhas de opiniões. Entre a classe médica e religiosa, o embate é intenso, o que se estende até o âmbito político. Mesmo com a decisão tomada, o assunto continua repercutindo e, complexo como é, revelando possibilidades ainda pouco discutidas no cenário político nacional. 


  Os religiosos, em sua maioria, se opõem totalmente ao aborto neste caso, alegando, dentre outros argumentos, que esta decisão pode abrir margem para um desenvolvimento ideológico onde se apoia a "eliminação de quem incomoda". Ainda contra a decisão do Supremo, alguns membros da classe médica apresentam fatos científicos que condenam a prática do aborto, dentre eles as consequências negativas que sofre a mãe submetida à operação (o aumento do risco de câncer é uma delas) e debilitações psicológicas das mesmas.


  Defendendo a legalização do procedimento está a maioria dos componentes da Medicina do país. Argumentam que a expectativa de vida de indivíduos com anencefalia é praticamente inexistente, além de considerar tal defeito como forma de morte cerebral. Na política, o fato que favoreceu a decisão tomada foi a frequência com que se aprovou judicialmente os trâmites da cirurgia abortiva, tendo em vista que somos o quarto país com mais casos de anencefalia. 


  Em um país conservador como o Brasil, o tomar partido do STF é um grande passo para a independência ideológica nacional. Desprendendo-se de convenções religiosas em geral, esta posição tomada pelo Poder Judiciário traz consigo o peso de questões que agora podem vir a ser debatidas.


  Dentro de questões polêmicas, a justiça deve sempre seguir o caminho do progresso. Deixando de lado a validez da legalização do aborto, o principal aspecto destacado no momento deve ser a coragem de, finalmente, optar-se por um lado. Por mais que seja perigosa, a ação do STF é necessária, uma vez que se defende o desenvolvimento e o crescimento ideológico de um país preso à raízes arcais.

Giovane Leite Pedigone - 3º T - Ensino Médio