quarta-feira, 1 de junho de 2011

Um dia sem meu celular

- Veridiana, levanta filha! Já passou da hora!

Me revirei em minha cama, cobrindo meu rosto com meu cobertor. A luz forte do meu quarto me fazia delirar.

Tive alguns poucos minutos a mais de preguiça, mas tive que me levantar... Se ate meu celular já tocava, anunciando que eram três da manha, eu realmente estava atrasada.

- Anda logo Veridiana, seu avo já esta chegando a gente vai pra São Paulo hoje ver seu visto, caso não se lembra.

-AAAAAAI. Ta estou levantando.

Me levantei, e ainda com os olhos fechados, coloquei Jean, blusa branca, peguei minhas coisas e me joguei no sofá da sala, esperando meu avo Souza.

- Quanta coisa, credo! O que você vai levar filha?

-Maquiagem, roupa reserva, celular, e tal. Tudo.

- Exagero, mas não importa.

Meu avo buzinou e saímos.

A viagem de algumas horas foi bem cansativa, mais por fim, chegamos.

O consulado americano era interessante. Por volta do meio dia, mamãe e vovo foram pagar as ultimas coisas e eu resolvi voltar pro carro.

Peguei meu celular que estava na bolsa da minha mãe, minha jaqueta jeans. Para meu azar, meu celular estava sem bateria.

“Pelo menos ainda sei onde esta o carro... Bom, eu acho.” Pensei comigo mesma.

Pena que eu pensei errado, e acabei me vendo perdida na grande São Paulo. Sozinha. Com meus pés doendo por causa do salto. Sem celular. “Que lindo!” Pensei.

Uma brisa fria passou por mim, e fechei minha jaqueta.

“Pelo menos, não esta chovendo... Posso procurar um orelhão e ver se falo com alguém de Franca...” Pensei.

Mal pensei isso e uma gota fria caiu na minha testa.

- Ah, que meigo! – Reclamei.

A chuva veio com tudo, me fazendo entrar em um prédio, o qual era grande e muito, muito chique.

Algumas poucas pessoas estavam na recepção. Todos muito bem vestidos. “Ótimo, agora que já estou aqui vou falar com a recepcionista.” Pensei.

Me dirigindo ate o balcão, uma mulher me puxou pelo braço e começou a falar rápido comigo. Era ate engraçado, como se ela me conhecesse.

- Mayara, onde a senhorita estava? Seu pai ficou louco por causa da sua ausência no almoço. E suas roupas? Melhor, você esta usando trapos! Ainda bem que o motorista esta aqui. Você vai pro salão agora, antes que seu pai te veja, antes que os fotógrafos te vejam!

- Mas...

-Vamos, a limusine esta logo ali... – Ela me puxou pelo braço ate a porta e falou algo com o motorista, que me cumprimentou com um aceno e foi me levando.

- Aonde vamos?

- Salão madame.

- Eu não sou madame.

- Senhorita Mayara, sabe que não sou permitido a falar com a senhorita, não alem do necessário. Suas roupas estão nesta caixa ao seu lado. Se troque. – Disse ele, fechando a janela entre nos.

Achei melhor me trocar, e assim o fiz. “Essa tal de Mayara com a qual estão me confundindo, devia aprontar algumas poucas e boas, para nem sequer falar com o motorista...”

Coloquei a blusa de renda, a saia preta de cós alto, o salto vermelho e uma jaqueta jeans. Tudo de marca – Obvio.

Desci por fim, em um salão, muito chique, onde fui recebida com vinho e tratada como rainha. Fizeram minhas unhas, meu cabelo, e tudo mais.

Por volta das quatro e meia da tarde, sai, pronta do salão, mandando ligarem pro meu pai para pagarem a conta. Estava simplesmente deslumbrante.

Um garoto lindo, mas muito lindo mesmo, me esperava numa moto.

-Mayara!

-Eu não sou a Mayara. Por favor, fala que viu que não sou ela. Todo mundo ta me confundindo com ela, e nem de São Paulo não sou!

Ele me olhou pasmo, e aplaudiu.

- Suas aulas de teatro estão funcionando, hein? Vamos May.

Ele me puxou e me segurando pela cintura e meu rosto, beijou meus lábios. Colocou capacete, subiu na moto, e eu acabei fazendo o mesmo.

Fomos a um apartamento. Era grande e lindo.

- Meu anjo, vou tomar um banho. Você vem?

- Eu tenho que fazer algumas ligações mais já vou meu bem.

-Ta bem. Aqui meu celular, se quiser pode usá-lo.

Disquei sem pensar duas vezes, no numero da minha mãe. Que em poucos minutos apareceu lá com alguns carros de policia.

Antes dela aparecer, a verdadeira Mayara chegou e finalmente resolvemos a situação. O que havia acontecido, havia sido apenas um mal entendido. Ela passou a noite na casa de uma amiga e agora ia surpreender o namorado.

Esclarecemos a situação e por fim, acabamos jantando todos juntos, e voltei pra Franca com historias e presentes para todos.

Veridiana Souza da Silva
1º T