quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Índio para quem precisa

Analisando a sociedade brasileira atual, é notória a substituição do índio pelo homem moderno, tecnológico e globalizado. Adequando-se ao modo de vida da maioria das nações do mundo, o Brasil não soube qual finalidade dar àqueles que aqui encontrou há 500 anos.

Desmatar, queimar, explorar. Em suma, devastar a moradia dos índios se tornou uma atividade comum, porque aquele que o faz esquece que além de meros moradores daquelas regiões, são também humanos. E onde uns veem suas vidas e as de seus filhos, outros só conseguem enxergar investimentos e lucros. O enfoque do problema reside no fato de que o mundo está acostumado a mover seus egos por dinheiro. E é por esse dinheiro que o índio perdeu seu papel, massacrado por uma sociedade que não soube incluir formas diferentes de cultura.

É importante ressaltar que o índio de hoje não é mais aquele nativo de 500 anos atrás. Ele se modernizou. Não no mesmo ritmo do país, mas ao passo que sua realidade permitiu. A edição de março da revista Superinteressante trouxe uma reportagem que nos mostra a importância do índio em diversos aspectos sociais, principalmente na medicina. A exclusão dessa cultura seria um crime contra a nação, pois os avanços no campo médico estão seguindo bastante apoiados em técnicas e medicamentos indígenas.

Dessa forma, é interessante concluir que o Brasil é um país que possuiu em sua formação grande participação indígena. Excluí-lo ou querer implementá-lo ao meio urbano e/ou tecnológico gera distúrbios, não benefícios. A melhor solução para o problema seria a reorganização do setor agrário, que foi o principal predador de áreas indígenas.

Igor de Castro Chieregato

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Esperança

    Aconteceu na madrugada do sábado retrasado. Minha irmã e eu estávamos dormindo em casa enquanto nossa mãe comprava drogas na esquina. Já tínhamos chorado, implorado, suplicado para que ela largasse aquele vício. Tudo em vão.
    Foi quando ela subia o morro, depois de ter tragado a porção diária, que um traficante a puxou para um beco escuro e selou sua vida com uma bala na testa. Ela não podia sustentar nem mesmo os próprios filhos, não conseguiria dinheiro para pagar as “pedras”.
    Não consegui dormir naquela noite. Estava preocupado com mamãe. Às 5h30, resolvi procurá-la no beco, e foi no amanhecer daquele dia que meu mundo caiu aos pedaços.
    Havia uma multidão em volta do beco, e, aos pés do aglomerado, já com lágrimas nos olhos, avistei minha mãe. Pálida como nunca a vira antes, fraca como meu coração naquele instante.
    Corri então até ela, esquivando-me da multidão. Abracei-a como um filhote sem mãe, clamei seu nome. Meu mundo se desestruturou, se desfragmentou. Não havia mais esperança alguma na vida, ou mesmo na morte.
    Fiquei lá até que a multidão foi embora, para chamar a polícia. Havia uma poça de sangue sob ela, mas agora meu corpo já estava rubro por completo.
    Quando ela seguiu para o necrotério, voltei para casa. Proibira minha irmã de sair. Choramos a tarde toda abraçados. Sem pai e sem mãe. Nunca víramos nosso pai, ele nos deixou. Agora nossa mãe também nos abandona.
    Resolvi extravasar. Peguei um lençol, estendi-o na parede e fixei-o com pregos. Com o sangue de minha mãe, pintei um quadro, com as lágrimas de minha irmã, com a angústia de meu coração.
    No dia seguinte, a polícia chegou. Mandou-nos para o Conselho Tutelar e disse que mandariam todos os pertences juntos. Chegamos à instituição calados, e assim ficamos até o outro dia.
    Dias longos se passaram, dias sofridos de angústia. Foi assim por uma semana.
    Numa manhã de sábado, porém fomos a um grande edifício, por ordem do diretor do Conselho. Ao chegar lá, mandaram-nos seguir para um salão, acho que era o átrio central. Andamos confusos até pararmos numa porta grande. Quando o diretor foi abri-la, meu coração teve uma pontada de esperança e foi pulsando cada vez mais forte.
    — Parabéns, filho... — disse ele.
    E quando os portões se abriram, contemplei uma imensa multidão. Uma multidão tão grande, tão grande, que fez brotarem em meus olhos lágrimas de amor.
    Olhei para trás e ali avistei minha obra. Esperança! Era tudo de que eu precisava.

    Aconteceu na alvorada do sábado passado...

Pedro Henrique Acosta Duarte, 9º ano A.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Solo Seco


Vosso sangue e vossa alma
Aqui não trazeis
Não perturbais a vossa calma
Neste solo severo
Corvos pútridos são aqueles
Que jazem na estrada.
Aos abutres é lançada
Vossa esperança
Ó, filho do homem e do pecado,
Não há espaço para vós
Onde a gota d’água não cai
E onde a vida se retrai.
Solo seco e severo
Da manhã árdua
Do castigo e do desespero
Atentai-vos então
Ao sol que não se deita;
Aqui não há colheita.
Bem aventurados são aqueles
Que aqui não se aventuram,
Que aqui não colocam o pé.
Prazer, meus amigos!
Aqui quem vos fala e descreve

É o vosso querido Nordeste!

Fradique Borges (9º ano A)

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Obsolescência programada/Lixo


A sociedade contemporânea muito fala sobre as questões do consumismo desenfreado, da produção exagerada de lixo, a padronização dos valores e outros, que se iniciaram no século XVIII junto com o capitalismo industrial e hoje estão no ápice.
Na Primeira Revolução Industrial, quando começaram a surgir as indústrias têxtil e de base, o principal objetivo da população era adquirir bens mais baratos e variados mais facilmente. Era o sinal de mudança dos tempos pela modernização. Porém desde essa época o imperialismo ideológico fez as pessoas passarem a contribuir cada vez mais para o lucro dos países industrializados.
Hoje em dia, após quase 70 anos da Terceira Revolução Industrial, já com avanços como nanotecnologia e telemática, a mentalidade consumista vem se acentuando já que o poder de compra virou status social. As pessoas compram cada vez mais, muitas vezes sem precisar, para compensar as horas excessivas de trabalho e se tornam outdoors gratuitos de marcas de grandes corporações que praticamente prometem vir com a felicidade embutida.
O imperialismo ideológico capitalista que nos faz comprar produtos com obsolescência programada antes do prazo possível e desejado, se esquece de dizer que temos um planeta a preservar. O lixo gerado por tais práticas é cada vez mais tóxico, gerando estragos irreversíveis no planeta, principalmente nos países subdesenvolvidos emergentes, já que o poder de compra da população aumentou, mas os meios de descarte permanecem insuficientes e inadequados.
Diante disso, pode-se perceber que vivemos manipulados pelo "ter" desde o século XVIII, por interesses majoritariamente econômicos e que, embora nos traga benefícios, necessitam de cuidados com o descarte do lixo e com a prioridade das pessoas, que estão tão voltadas para o materialismo que deixam valores mais importantes de lado.

Bianca Brondi Barboza - 2ºA

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Reflexo da atualidade, alimento ao futuro.


Com a queda dos regimes totalitários nos últimos meses, movimento conhecido como Primavera Árabe, através difusão de imagem e vídeos pelos meios midiáticos, a comparação com o que é evidenciado por George Orwell em seu livro 1987, é inevitável.
O controle do estado sobre o homem visto no romance, onde o individuo é apenas uma célula no conglomerado que forma a estrutura da nação, sendo meramente descartável e assim tratado sem a mínima consideração, ou seja, algo substituível no meio.
Nos regimes totalitários que declinaram nos últimos meses, como no Egito e Líbia no norte africano, a situação dos cidadões era idêntica à destacada no romance. O povo não possuía nenhum direito e deveriam corresponder as ordens dos ditadores com o perigo de morte se negassem-as.
Outro fator observado no romance e visto no mundo atual nos regimes ditatoriais é o controle midiático. George Orwell enaltece o bem do partido único -Socing- onde quem controla o passado, controla o futuro e quem controla o presente controla o passado, logo subjulgando a mídia ao papel de exaltar o governo apenas, fato ocorrido nestes regimes.
A sociedade proposta por Orwell é um reflexo de muitos regimes de governo existentes no mundo atual. No futuro será usado como parâmetro histórico, mas também poderá alimentar o desejo de mudanças nas classes desfavorecidas, influenciando-os para a necessidade de revoluções visando à conquista de seus direitos básicos.

Lucas Zoca - 3° T

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Perigoso efeito de decisão


Com a legalização do aborto de anencéfalos pelo Supremo Tribunal Federal, o Brasil encara a polêmica com distinções ferrenhas de opiniões. Entre a classe médica e religiosa, o embate é intenso, o que se estende até o âmbito político. Mesmo com a decisão tomada, o assunto continua repercutindo e, complexo como é, revelando possibilidades ainda pouco discutidas no cenário político nacional. 


  Os religiosos, em sua maioria, se opõem totalmente ao aborto neste caso, alegando, dentre outros argumentos, que esta decisão pode abrir margem para um desenvolvimento ideológico onde se apoia a "eliminação de quem incomoda". Ainda contra a decisão do Supremo, alguns membros da classe médica apresentam fatos científicos que condenam a prática do aborto, dentre eles as consequências negativas que sofre a mãe submetida à operação (o aumento do risco de câncer é uma delas) e debilitações psicológicas das mesmas.


  Defendendo a legalização do procedimento está a maioria dos componentes da Medicina do país. Argumentam que a expectativa de vida de indivíduos com anencefalia é praticamente inexistente, além de considerar tal defeito como forma de morte cerebral. Na política, o fato que favoreceu a decisão tomada foi a frequência com que se aprovou judicialmente os trâmites da cirurgia abortiva, tendo em vista que somos o quarto país com mais casos de anencefalia. 


  Em um país conservador como o Brasil, o tomar partido do STF é um grande passo para a independência ideológica nacional. Desprendendo-se de convenções religiosas em geral, esta posição tomada pelo Poder Judiciário traz consigo o peso de questões que agora podem vir a ser debatidas.


  Dentro de questões polêmicas, a justiça deve sempre seguir o caminho do progresso. Deixando de lado a validez da legalização do aborto, o principal aspecto destacado no momento deve ser a coragem de, finalmente, optar-se por um lado. Por mais que seja perigosa, a ação do STF é necessária, uma vez que se defende o desenvolvimento e o crescimento ideológico de um país preso à raízes arcais.

Giovane Leite Pedigone - 3º T - Ensino Médio

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A legalização do aborto de anencéfalos


                   
                        Nos argumentos favoráveis a uma das mais recentes e polêmicas discussões populares, a legalização do aborto de fetos anencéfalos, tem-se encontrado diversos pontos sensíveis, tais como brechas constitucionais, argumentação anti-religiosa, ética e até imoral, não condizentes com um convívio harmônico e civilizado.
                        Não é desrespeitoso, tendencioso ou mesmo opinativo afirmar que, conforme claúsulas permissivas ao aborto são aprovadas abre-se caminho para a legalização geral do aborto, sendo, portanto, anti-constitucional, pois toma caminhos legais, porém não democráticos, para estabelecer leis.
                        Inclusive, a desonestidade permanece quaisquer que sejam os motivos de um aborto. Por muito, há manipulação das informações e é feito o uso de inverdades científicas e médicas, tais como a incompatibilidade total de feto anencéfalo com a vida.
                        A responsabilidade materna representa um grande peso nessa balança, aliás, somente mulheres bem-informadas e dotadas de valores morais poderiam tomar tal decisão, e essas são verdadeiras excessões, vistos os métodos contraceptivos disponíveis para a relação de gestações indesejadas. Enfim, o argumento feminista de autonomia corporal, ou de sofrimento da mãe com um feto anencéfalo a ser gerado e suas consequências, poderiam ser rebatidos com responsabilidade e maturidade da mãe.
                        Por fim, o conjunto de elementos negativos que trazem e ficam com o aborto, de qualquer espécie, mostra sua natureza abominável, e deixa claro que além das autoridades, a população se encontra despreparada para o assunto, com um Supremo Tribunal Federal que toma decisões infelizes.

João Paulo de Oliveira Kaluf
3º ano - Ensino Médio